segunda-feira, 20 de abril de 2009

Em busca do balanced growth path

AS ECONOMIAS

Vamos supor que as pessoas, assim como as economias, querem atingir um caminho equilibrado de crescimento, o famigeado balanced growth path. Existe uma grande disparidade entre as trajetórias de crescimento dos países ao longo dos anos. Vou ilustrar 3 casos – o que eu gostaria de ser, o que eu odiaria ser e o que eu sou der verdade.

1 – Suécia
Algumas pessoas são de fato como a Suécia – são aquelas pessoas que estão sempre um pouco melhor do que estavam ontem, e continuam de maneira constante a crescer. São aqueles bons-alunos que saíram do colégio direto para Medicina da USP, fizeram especialização, abriram consultório. Seguiram tudo direitinho, são bonitinhos, arrumadinhos, educados e, bom, previsíveis! As pessoas tipo Suécia, são pessoas estáveis, com boas perspectivas, poucos altos e baixos e uma boa rede de segurança social. Eu adoraria ser a Suécia, mas condições históricas e institucionais não me permitem tal avanço econômico.

2 – Etiópia
A Etiópia não cresce. A Etiópia está estagnada. As taxas de crescimento da Etiópia são pífias ao longo do tempo. Apesar de ter grandes possibilidades e recursos, a Etiópia continua sem ir pra frente. Alguns economistas famosos – como o Bono (OK, admito, roubei essa piada nerd) e o Jeffrey Sachs – sugerem que a melhor maneira de tirar países como a Etiópia da inércia de crescimento e o “Big Push” – o famoso empurrão. Em termos econômicos é uma injeção de ajuda externa para tirar o país da mediocridade. Eu sou mais da turma do Bill Easterly – ajuda externa só piora nesses casos porque o pais se acomoda e deixa de tentar melhorar. E segundo o meu insightful namorado, se empurrar ainda pode gerar confusão. A Etiópia vai ser uma eterna figurante.

3 – Argentina

Porque a Argentina não é uma potencia mundial? O pais é lindo, educado, passional, interessante, charmoso, com boa comida, bom vinho, pessoas bonitas, prêmios Nobeis, enfim tudo e mais um pouco. O problema da Argentina é a variância do crescimento. A Argentina começou que nem os outros países ricos, mas desandou. Se perdeu na boêmia e na diletância.
O problema da Argentina são os altos e baixos, as mudanças repentinas de humor, as depressões e os picos de euforia.

Eu sou a Argentina! E qual a solução para a Argentina? Respostas em um próximo post.


PS: eu tentei pôr meus mega-gráficos mas o blog me vetou. Blog anti-nerd é meio paradaoxal, não?