sábado, 23 de maio de 2009

Compartiendo...

Eis que me vejo em Barcelona, num sábado à noite, quase 2am, escrevendo minha tese. Olho para a tela do computador e leio o que acabo de escrever:

Inmovilizando la mujer por el cuello como se su mano fuera una correa, el pastor empezó a entrevistar el demonio, a quien se refería en masculino. Transcribo resumidamente la entrevista:

Pastor: ¿Cuánto tiempo llevas con ella?
Demonio: - Desde que era niña.
Pastor: - ¿De qué manera le afecta a su vida?
Demonio: - En su vida amorosa. Ella nunca ha sido feliz y emocionalmente satisfecha. Se casó una vez, pero creé un montón de peleas entre ella y su esposo hasta que se separaran.
Pastor: ¿Cómo llegaste a su vida?
Demonio: - A través de un trabajo de macumba.
Pastor: - ¿Cuántos demonios sois?
Demonio: - 7.

Se alguém me falasse há 3 anos que eu estaria aqui hoje, vivendo esse momento, eu jamais acreditaria.

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Em busca do balanced growth path

AS ECONOMIAS

Vamos supor que as pessoas, assim como as economias, querem atingir um caminho equilibrado de crescimento, o famigeado balanced growth path. Existe uma grande disparidade entre as trajetórias de crescimento dos países ao longo dos anos. Vou ilustrar 3 casos – o que eu gostaria de ser, o que eu odiaria ser e o que eu sou der verdade.

1 – Suécia
Algumas pessoas são de fato como a Suécia – são aquelas pessoas que estão sempre um pouco melhor do que estavam ontem, e continuam de maneira constante a crescer. São aqueles bons-alunos que saíram do colégio direto para Medicina da USP, fizeram especialização, abriram consultório. Seguiram tudo direitinho, são bonitinhos, arrumadinhos, educados e, bom, previsíveis! As pessoas tipo Suécia, são pessoas estáveis, com boas perspectivas, poucos altos e baixos e uma boa rede de segurança social. Eu adoraria ser a Suécia, mas condições históricas e institucionais não me permitem tal avanço econômico.

2 – Etiópia
A Etiópia não cresce. A Etiópia está estagnada. As taxas de crescimento da Etiópia são pífias ao longo do tempo. Apesar de ter grandes possibilidades e recursos, a Etiópia continua sem ir pra frente. Alguns economistas famosos – como o Bono (OK, admito, roubei essa piada nerd) e o Jeffrey Sachs – sugerem que a melhor maneira de tirar países como a Etiópia da inércia de crescimento e o “Big Push” – o famoso empurrão. Em termos econômicos é uma injeção de ajuda externa para tirar o país da mediocridade. Eu sou mais da turma do Bill Easterly – ajuda externa só piora nesses casos porque o pais se acomoda e deixa de tentar melhorar. E segundo o meu insightful namorado, se empurrar ainda pode gerar confusão. A Etiópia vai ser uma eterna figurante.

3 – Argentina

Porque a Argentina não é uma potencia mundial? O pais é lindo, educado, passional, interessante, charmoso, com boa comida, bom vinho, pessoas bonitas, prêmios Nobeis, enfim tudo e mais um pouco. O problema da Argentina é a variância do crescimento. A Argentina começou que nem os outros países ricos, mas desandou. Se perdeu na boêmia e na diletância.
O problema da Argentina são os altos e baixos, as mudanças repentinas de humor, as depressões e os picos de euforia.

Eu sou a Argentina! E qual a solução para a Argentina? Respostas em um próximo post.


PS: eu tentei pôr meus mega-gráficos mas o blog me vetou. Blog anti-nerd é meio paradaoxal, não?

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

O poder das metáforas

Um dos motivos pelos quais eu sempre gostei do livro Insustentável Leveza do Ser era a descrição do ato de se apaixonar feita pelo Kundera.

"Tomas não sabia então que as metáforas são uma coisa perigosa. Não se brinca com as metáforas. O amor pode nascer de uma simples metáfora"

Fiquei pensando nisso e na minha incapacidade crônica de descrever o que eu estou sentindo. Não sou capaz de descrever friamente o que eu sinto, não sei se por um problema de identificação ou de catalogação. Eu sempre penso - e sinto - por metáforas.

O que sempre me incomodou na frase do Kundera era a relação de causalidade. Será que eu me apaixonava porque pensava em uma metáfora ou pensava em uma metáfora porque já estava apaixonada?

Nesses últimos dias vi como, para mim, uma metáfora na verdade é apenas uma forma de compreensão de sentimentos que não consigo entender. Quando eles estão organizados poeticamente, eles ficam claros e "internalizáveis". Do confuso, escuro, ambíguo, indefinido, eu traduzo em algo mais claro e com forma.

Mas, sobretudo, o grande poder das metáforas é me dar paz ao fazer minha confusão interna tão comunicável ao meu intelecto.

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Nao vamos deixar o WO virar peça de museu!




Ok, eu sei, piada bem infame! É que isso aqui anda muito parado...
Agora que estou longe mais uma vez fiquei saudosista. Fora isso, encontrei uns geradores de coisas super divertidas no blog de uma amiga.

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Zoé e o demônio do meio-dia

DESDE PEQUENA, Zoé, 9 anos, adora filmes e histórias de terror. Seus pedidos espantam a moça da locadora de DVDs, que, provavelmente, duvida da sanidade mental dos pais.

De fato, Zoé assiste com prazer a filmes que, às vezes, deixam insones seu irmão mais velho, suas baby-sitters e mesmo sua mãe. Talvez Zoé seja cinéfila a ponto de assistir aos ditos filmes com o distanciamento de um crítico dos "Cahiers du Cinéma". Ela desmontaria os "truques" destinados a produzir espanto nos espectadores e, com isso, os filmes lhe proporcionariam uma experiência parecida com a de um bom exorcista: ela venceria o mal desvendando seus estratagemas.

Mas a paixão de Zoé pelas histórias de terror tem outra explicação possível, que me apareceu quando Zoé quis que sua festa de aniversário fosse o cenário de um filme.

Com a ajuda de um cineasta amigo da família, Zoé e seus convidados foram co-autores e protagonistas de um curta que, claro, é a história do aniversário de uma menina, durante o qual um monstro diabólico e sedento de sangue etc.

Graças ao filme (que, aliás, é bem legal) pensei o seguinte: talvez Zoé queira sobretudo convencer-se de que sempre, mesmo no dia ensolarado de seu aniversário, há zonas de sombra, por onde andam seres repugnantes e perigosos. Alguém perguntará: "Mas por que ela gostaria de pensar assim?"

Pois é, eu acho que essa idéia é, para qualquer um, uma fonte de alívio. Explico por quê.

O Salmo 90 (na numeração Clementina) expressa a esperança de que Deus nos guarde tanto das abominações "que circulam pelas trevas" quanto "do demônio do meio-dia". Sobre o tal demônio do meio-dia muito foi escrito e dito: diferente dos diabos que se escondem nos cantos escuros, o que será esse malefício que nos espreita justamente quando o sol está no zênite e o mundo nos aparece sem sombras?
Uma leitura moderna diz que o demônio do meio-dia não é um bicho do inferno, mas é um sofrimento insidioso, específico de uma época em que faltam cantos escuros.

Ele é nossa própria tristeza, a depressão e o tédio produzidos por um mundo com poucas sombras e poucos mistérios.

Em outras palavras, as luzes da razão e da ciência acabaram com aquele sentido que só uma transcendência (divina ou diabólica, benéfica ou maléfica, tanto faz) podia conferir à vida. Por excesso de luz, em suma, o mundo perdeu seus horrores, mas também seu encanto; com isso, é preciso que Deus nos proteja do demônio do meio-dia, ou seja, do tédio e da tristeza.

Ao inventar cantos escuros e ao povoá-los de "troços" inquietantes, Zoé está se protegendo contra o demônio do meio-dia -com toda razão, pois esse é provavelmente o mais pernicioso de todos. Muito melhor se deparar com Freddy Kruger do que não achar graça no mundo.

"Filosofia do Tédio", de Lars Svenden (Zahar), é uma brilhante meditação sobre a dificuldade moderna em nos interessarmos pela vida, uma vez que ela não é mais justificada pela palavra divina ou por nossa luta heróica contra os "troços" que circulam pelas trevas. Para Svenden, contra o tédio, ainda não inventamos nada melhor do que o remédio do Romantismo: uma mistura de anestesia (drogas lícitas e ilícitas) com transgressões que deveriam provar que estamos vivendo grandes aventuras e experiências "incríveis". Se for para escolher, prefiro os esforços de Zoé para repovoar o mundo de monstros e demônios.

Mas há uma terceira via. Li, nestes dias, "O Olho da Rua", de Eliane Brum (Globo). Brum, repórter especial da revista "Época", reúne dez grandes reportagens escritas entre 2000 e 2008. Fazia tempo que um livro não me tocava tanto. Que Brum fale das parteiras do Amapá, da guerra em Roraima, dos velhos da casa São Luiz para Velhice, ou mesmo que ela acompanhe o fim da vida de uma paciente terminal, seu texto é uma verdadeira alegria - pois ele nos lembra, simplesmente, que o mundo importa, que ele vale a pena. Como ela consegue?

O tédio moderno é uma forma de arrogância: a vida é chata porque nós seríamos maiores que sua suposta trivialidade insossa; tendemos a menosprezar o cenário onde nos toca viver, como se ele fosse demasiado banal para nossas façanhas. Pois bem, o segredo de Brum é o oposto disso, é uma extraordinária humildade diante do que existe.

Quando Zoé cansar de inventar monstros para dar sentido ao mundo e à vida, vou lhe sugerir o livro de Eliane Brum.

Contardo Calligaris - Folha em dez 2008

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Israel: por que é tão difícil viver em paz na terra santa?

Eu sempre tive muita curiosidade em relação a Israel. Ouvindo as aulas de história e lendo as notícias sangrentas dos jornais não conseguia entender: como é que a situação chegou a este ponto? E por que é tão difícil viver em paz?

Depois de visitar Israel, as coisas começaram a se esclarecer um pouco. O problema todo começou muito, muito tempo atrás..

O território onde hoje está Israel foi invadido quinze vezes nos últimos 5.000 anos: egípcios, assírios, babilônios, persas, macedônios, romanos, bizantinos, sacios, califados, sejuks, cruzadas, salandins, mongóis, otomanos e europeus – todos conquistaram e perderam esta terra tão cobiçada.

Mas por que todos queriam dominar este pedaço de terra?? Bom, as três maiores razões para as invasões foram: localização, localização e localização. Este "pedaço de terra" conectava a Mesopotâmia ao Egito. Se os invasores quisessem crescer sua área de dominação, ou controlar o comercio entre Egito e Mesopotâmia, eles precisariam primeiro controlar a terra de Israel.

Com as invasões, os judeus foram escravizados e muitas vezes vendidos por toda a extensão do império. Outras vezes foram expulsos de lá. Como resultado, acabaram espalhados pelo mundo, sem uma terra própria, no processo que conhecemos como diáspora. Eles se estabeleceram em outros países, mas muitos foram mais tarde expulsos, perseguidos e assassinados (o holocausto é apenas o exemplo mais trágico do que passaram).

Isto foi ate a criação do estado de Israel em 1948. O problema é que, quando foi criado, já havia pessoas habitando aquele território: os muçulmanos. Eles vieram junto com os invasores e já viviam lá há séculos. Portanto, não poderiam ser expulsos de lá, já que o local era também deles agora.

Para dificultar toda a situação, Jerusalém não é sagrada apenas para os judeus. O livro do gênesis diz que Deus disse para Abraão: “Vá a terra que eu vou te mostrar”. Judaísmo, cristianismo e islamismo tem Abraão como progenitor do seus livros sagrados.

Então os muçulmanos não podiam aceitar o fato da Inglaterra ter dado aquela terra aos judeus, e começaram a lutar e explodir bombas. Os judeus, para evitarem as bombas, construíram um muro separando a margem oeste do rio de Jerusalém (West Bank Wall) e aumentando a segurança pública e privada. Isto foi bom para a segurança, mas significa que alguns muçulmanos estão agora vivendo em uma prisão a céu aberto.

Hoje em dia, os muçulmanos vivendo em Jerusalém sentem que os judeus os estão expulsando pouco a pouco, ao darem os melhores trabalhos a judeus mesmo quando os muçulmanos são tão bem qualificados quanto eles para o trabalho. "Há uma discriminação racial e religiosa em Jerusalém: judeus viram chefes; muçulmanos, trabalham na limpeza e como taxistas, mesmo depois de formados" disse um taxista muçulmano, "e como a preço do aluguel está aumentando, os muçulmanos não conseguem pagar e acabam saindo de Jerusalém. Mas se você sai, você perde o direito de morar em Jerusalém e não pode mais voltar”.

É fácil perceber como a divisão de trabalhos é desigual. O difícil é saber qual a verdadeira razão: Será que os muçulmanos são tão bem preparados quanto os judeus? Será que os judeus não são mais trabalhadores? Será que os judeus são tão unidos como grupo depois de tudo que sofreram que acabam dando emprego a outro judeu como se estivesse ajudando um ente familiar? Ou será que eles não confiam nos muçulmanos depois de tanta luta e tantas bombas?

É difícil escolher um lado, já que ambos estão certos. Tudo que estão fazendo é tentando ficar perto do seu deus (e das portas do paraíso) e garantir que seus filhos e netos tenham um pedaço de terra que possam chamar de casa.

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P.S: Check it out: http://www.mapsofwar.com/ind/imperial-history.html

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Eleição - algumas fotos







Imaginem essas cenas com milhares de pessoas gritando "yes, we can" e O-BA-MA