sexta-feira, 16 de maio de 2008

A curiosidade matou a mulher

Terça fui ver a ópera "O castelo do Barba Azul" no Municipal.
O libreto é inspirado no conto de Charles Perrault, sobre uma donzela que aceita casar-se com um nobre misterioso - o Barba Azul - contra a vontade da família dela.

Ao chegar no castelo do Barba Azul, Judit (a donzela) tem a primeira reação feminina - redecorar.

"Ai, a casa está muito escura e úmida - vamos mudar o castelo"

Barba Azul demonstra uma certa resistência, mas acaba cedendo aos apelos da esposa. E aí começa o drama.

Dona Judit resolve abrir as portas trancadas na casa do marido. E mesmo encontrando coisas assobradoras (sala de tortura, sala de guerra) continua querendo abrir TODAS as portas, não pode ter nenhuma fechada. Sabe aquela coisa feminina de falar inúmeras vezes o "conta tudo" ou "mas o que você está pensando agora?" e o "mas você gostava mais dela do que de mim?" ou o clássico "e ela era bonita?" ou "você está com uma cara estranha... o que você tem?"?? Sim, imagine isso com portas trancadas em uma ópera.

No final, a Judit acaba trancada em uma sala com as outras 4 esposas do Barba Azul.

A moral da ópera é: a curiosidade (e o hábito de redecorar) trancou a mulher em uma sala escura com um marido psicopate e poligâmico.

terça-feira, 6 de maio de 2008

O teste da cadeira.

Ultimamente parei de postar auto-posts. Então hoje vou inventar uma história.

Imaginem que uma mulher como qualquer uma de vocês, que aos 21 anos amava sex and the city e a cada dia se incomoda mais com a identificação constatada entre ela e aquelas trintonas sem namorado, tem uma sala de estar/jantar/estudar.

Nesta sala, habitam quatro cadeiras dobráveis bem simpáticas, feitas de barras de PVC colorido presos por rebites numa armação de metal. Nem confortáveis demais, nem peças de design, só a simpatia ordinária esperada das peças a la Etna ou Tok Stok.

Uma das quatro cadeiras de ano em ano insiste em soltar os rebites desmantelando-se. A dona das cadeiras sempre leva de volta pra loja para consertar,afinal cadeira custa caro e eles sempre arrumam mesmo.

Acontece às vezes da dona da cadeira esquecer de levar pra consertar. Então o namorado do momento, buscando ser bem intencionado, resolve arrumar a tal da cadeira. Aí que vem o teste da cadeira.

Bom, a princípio, todos são bem intencionados. A diferença é como a boa intenção se manifesta, aí o segredo do teste.

Na minha história que eu inventei agorinha, o primeiro,tentou tirar os rebites na mão com chave-de-fenda. Sei disso pelas marcas ao redor do rebite marcando o plástico. Deve ter passado uma hora cutucando. Fico imaginando como ele ia colocar de volta sem rebitadeira. Depois, animado com a idéia de ganhar pontos com a dona da cadeira ele resolveu pregar com um tubo de pra-quê-prego. Nem pra perguntar pra dona se aquela cola que ela comprou por curiosidade na loja de materias de construção prestava. Bom, as barras não grudaram, o metal ficou arranhado e cheio de casquinhas de cola e como resultado, ficou muito pior do que antes. Depois que ele viu que não ia dar, desencanou da cadeira e passou fingiu não perceber que ele piorou a situação.

O outro foi mega funcional. Cadeira serve pra sentar. Pegou um rolo adesivo de fita isolante preta e sem se fazer de rogado amarrou ao redor das barrinhas em formato de X - mais pragmático impossível. É. Objetivo, de fato. Assinalou 6 X enormes no meio da minha sala que eram impossíveis de ignorar.

Deu uma semana ela arrancou as fitas isolantes, pôs as cadeiras no carro e levou pra loja pra rebitar de novo. O resultado do teste da cadeira está sob avaliação.